27 de dez. de 2011

GEEK & NERD


Geek (do inglês geek, pronuncia "guik") é uma expressão idiomática da língua inglesa, uma gíria que define pessoas peculiares ou excêntricas obcecadas com tecnologia, eletrônica, jogos eletrônicos ou de tabuleiro e outros.
A definição de geek mudou consideravelmente ao longo do tempo e já não há um significado definitivo. Os termos nerd, dweeb e dork têm significados semelhantes a geek, mas muitos optam por identificar diferentes conotações entre estes termos, embora as diferenças sejam controversas. Em uma entrevista em 2007 ao Colbert Report, Richard Clarke disse que a diferença entre nerds e geeks é "geeks fazem acontecer."
Adeptos da doutrina geek definem o termo como um “técnico, doutor, autodidata, apaixonado pelo que faz e pelo que entende”.
Para o psicólogo Erick Itakura, do Núcleo de Pesquisa em Psicologia e Informática da Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, geek e nerd são a mesma coisa. Em sua opinião, o que mudou ao longo dos anos foi a aceitação social das pessoas ligadas em tecnologia.
A palavra geek teve seu primeiro registro em 1876, como sinônimo de fool (bobo) e posteriormente passou a designar artistas ambulantes que ganhavam a vida exibindo-se nos mafuás ou nas ruas, em performances bizarras que incluíam arrancar a cabeça de uma galinha viva com os dentes ou comer insetos (em inglês: bugs). Por analogia, passou-se a designar como computer geek aquele que ganha a vida "comendo" bugs de computador.
A expressão só adquiriu contornos positivos quando a tecnologia ganhou status de poder liberador. Nos anos 1990, o “Jargon File”, um léxico criado pela primeira geração de pioneiros da internet, definiu geek como "uma pessoa que escolheu a concentração no lugar da conformidade; alguém que busca objetivo (em particular, técnicos) e imaginação, não a adequação social padronizada. Geeks em geral sofrem de neofilia (atração por tudo aquilo que é novidade) e são adeptos de computadores".

NERD

A expressão é utilizada desde o final da década de 1950 no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Também há uma versão na qual a palavra derivaria de Northern Electric Research and Development (Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia Northern Electric do Canadá, hoje Nortel), ou seja, atribuída àqueles indivíduos que trabalhavam no laboratório de tecnologia, que eram dados a passar noites em claro nas suas pesquisas. Na década de 1960 difundiu-se a sua conotação pejorativa, aplicado a pessoas com inteligência geralmente acima da média, com alguma dificuldade em se relacionar socialmente, e que não obedece aos padrões da sociedade - principalmente físicos e intelectuais - tornando-se uma pessoa marginalizada, tímida e solitária. Atualmente no entanto o termo nerd vem sendo usado por determinados grupos relacionados a interesses específicos como forma de se identificarem.
Outra possível origem da palavra vem do hábito de alguns estudantes do MIT (Massachussets institute of technology ou Instituto de Tecnologia de Massachusetts; em português) de chamar alguns alunos de "knurd" (a palavra vem de "drunk", bêbado em inglês, escrito ao contrário)

NOOSFERA


Antes de tudo, é preciso esclarecer esses dois termos, que geram enormes confusões relativas à compreensão de duas realidades diferentes às quais eles se referem.

Noogênese, do grego noos = mente (alma, espírito, pensamento, consciência) e gênese = origem, (formação, criação, como "a criação do mundo"), é uma palavra que indica o ato da criação de qualquer coisa de psíquico.
Noosfera, também do grego noos = mente (alma, espírito, pensamento, consciência) e sphera (corpo limitado por uma superfície redonda), é uma palavra que representa a camada psíquica nascida da Noogênese, que cresce e envolve nosso planeta acima da Biosfera (camada formada pela multidão de seres vivos, que cobre a superfície do globo).
Quando o Homem apareceu na Natureza, "no meio dos Primatas," ele desabrochou como "a flecha da Evolução zoológica". Ele era semelhante aos outros animais, exceto pelo fato de que ele trazia consigo uma diferença toda especial : a capacidade ainda adormecida de refletir. No estágio de hominização, os primeiros hominídeos tinham, em latência, um cérebro capaz de refletir, mas um sistema nervoso ainda primitivo. O movimento dispersivo do primeiro povoamento da Terra não favorecia a comunicação por agrupamentos. Em seguida, entretanto, durante o princípio da etapa do Homo Sapiens, no alvorecer da Era Neolítica, a Humanidade começava a se reunir, formando uma linha convergente sobre a Terra ; a aglomeração tornou-se necessária. Essa condição favorável encorajou o Homem a dar o Passo da Reflexão. Então um fenômeno muito especial é produzido : o nascimento de uma nova esfera planetária, acima da Biosfera, a Noosfera. A esse processo de dar origem a uma camada planetária inteiramente nova, formada totalmente pelo conjunto do pensamento humano, deu-se o nome de Noogênese.
A Noosfera, portanto, é o resultado da Noogênese ; uma camada mais madura, em crescimento e definitiva, feita pelo conjunto do pensamento do Homo Sapiens. Ela está aberta a todas as modificações sutís, desde o estágio primitivo até chegar a abrigar todo o conhecimento humano, todas as idéias e tecnologias cada vez mais complexas, ou seja, toda a consciência planetária.
A Noosfera pode ser vista como a "esfera do pensamento humano", sendo uma definição derivada da palavra grega νους (nous, "mente") em um sentido semelhante à atmosfera e biosfera.
Na teoria original de Vernadsky, a noosfera seria a terceira etapa no desenvolvimento da Terra, depois da geosfera (matéria inanimada) e da biosfera (vida biológica). Assim como o surgimento da vida transformou significativamente a geosfera, o surgimento da conhecimento humano, e os conseqüentes efeitos das ciências aplicadas sobre a natureza, alterou igualmente a biosfera.
O Conceito da Noosfera é atribuído ao filósofo francês Theilhard de Chardin. Segundo Theilhard, assim como há a atmosfera, existe também o mundo das idéias, formado por produtos culturais, pelo espírito, linguagens, teorias e conhecimentos. Seguindo esse pensamento, alimentamos a Noosfera quando pensamos e nos comunicamos. A partir de então, o conceito de Noosfera foi revisto e consequentemente sendo previsto como o próximo degrau evolutivo de nosso mundo, após sua passagem pelas posteriores transformações de "Geosfera", "Biosfera", "Tecnosfera" (temporária e em andamento) e então Noosfera. A transição da biosfera de uma ordem inconsciente de instinto para a ordem superconsciente de telepatia é uma função da Lei do Tempo e é denominada transição biosfera–noosfera. A transição biosfera-noosfera é o resultado direto do aumento exponencial de complexidade biogeoquímica e a conseqüente liberação de “energia livre” devido à aceleração da transformação termo-químico-nuclear dos elementos. A evolução do "Cérebro Galáctico" segue um processo estritamente regulado no qual a transição da consciência instintiva para a consciência telepática contínua é inevitável e representa a derradeira crise no desenvolvimento da biosfera. Essa mudança, caracterizaria então a próxima era Geológica denominada Era "Psicozóica", definida como a seqüência normativa da evolução do superconsciente hiperorgânico da noosfera unificada telepaticamente. No séc XXI, M.Mocatino deu origem a uma vertente de pensamento sem nome e mutável (fazendo referência ao universo), a qual detinha como intuito também "traduzir" a Noosfera. Essa vertente, não se baseia em conceitos mas sim em idéias que são refutadas e transformadas (quase como um programa "open-source"), seguindo uma lógica de pensamento baseada em hipóteses e probabilidades levando em consideração o princípio da incerteza, assim como o modelo universal. Essa vertente de pensamento possibilita à mente humana a capacidade de esboçar em seu sub-consciente um cenário da Noosfera, diferente do modelo relativamente "estático" a que estamos acostumados em nosso cotidiano. Um dos indícios de noosfera é traduzido pelo crescente aumento de pessoas tendo a mesma idéia praticamente ao mesmo tempo, mesmo estando isoladas. Seguindo Leis físicas, a explicação para isso seria dada por uma relatividade divergente de velocidade presente entre a matéria e a energia, ou entre o cérebro e a noogênese, na qual as informações acessadas já estariam dispostas na Noosfera, mesmo que de forma primordial. Algumas das idéias usadas de base para isso estão concentradas em temas como "Agnosticismo", "Cosmologia" e "Cultura Maia" entre outros povos, os quais detinham um conceito sobre o tempo diferente das sociedades ocidentais e dominavam a Matemática e Mapeamento Astral...

26 de dez. de 2011

Sou ateu...Graças a deus !!!


Ética e Moral
Moral é ética são coisas correlatas mas diferentes. E nenhuma delas tem origem nas religiões. Pelo contrário, foram as religiões que se http://draft.blogger.com/blogger.g?blogID=8399125665136945456#editor/target=post;postID=3790230653084282681apossaram da moral (mas não da ética) como parte do ferramental para controle de seu rebanho. A moral existe em toda sociedade, mesmo as primitivas, e consiste em um corpo de prescrições comportamentais a serem cumpridas pela pessoa, para que seu convívio com os demais seja aceito dentro do que se tornou costume para aquele grupamento, naquele tempo e lugar. A moral é, pois, uma disciplina prática normativa e relativa ao contexto. O que é moral para certa sociedade, em certa época, pode não ser noutra época ou noutra sociedade. Já a ética é filosófica. A ética discute a razão das ações humanas e procura achar justificativas para sua aprovação ou condenação com base nos critérios de certo e errado, bom ou mau, justo ou injusto, honesto ou desonesto, verdadeiro ou falso, virtuoso ou viciado e outros do tipo. Busca, portando, independente dos costumes, definir os critérios para que algo seja ou não certo, bom, justo, honesto, verdadeiro ou virtuoso. E busca, também, definir que escolha seria a certa, entre essas possibilidades. É importante frisar que a eticidade de uma ação se prende à sua intenção e não à sua execução e só pode ser imputada se a ação foi realizada de forma livre e desimpedida de qualquer coação. Três critérios sobressaem dentre os que já foram levantados para a eticidade: o primeiro refere-se à característica daquela ação promover a maximização da felicidade para o maior número de seres ou ao contrário; o segundo se liga ao fato da ação poder ou não ser erigida como norma universal a ser prescrita para todo mundo e o terceiro se a ação seria uma que o autor gostaria de ser alvo ou não. Outros critérios, de menor valor, se prendem à utilidade e à lucratividade, por exemplo, que, em minha opinião, deveriam ser rejeitados.
Ateísmo, moral e ética
Neste sentido, o comportamento ateísta, em grande parte das sociedades, é tido como imoral, pois o costume é se aceitar a existência de deus e, além disso, reverenciá-lo em cultos e outros eventos sociais que se revestem de caráter religioso, mesmo que não o sejam, como casamentos, enterros, inaugurações, posses, formaturas. Por isso muitos ateus, como eu, comparecem a igrejas ou outros templos, em certas ocasiões, em atenção às pessoas de que é amigo, mesmo não crendo no que se realiza, em atitude respeitosa e circunspeta. Isto não significa trair suas convicções, mas sim, ser educado. Eu não diria que é amoral, pois amoral é um comportamento que não pode ser aferido como consoante ou não aos costumes. Uma chuva é amoral. Comer é amoral. Já sair nu à rua é imoral. A moral não é uma coisa certa nem errada em si. Alguns preceitos morais podem ser errados, se ferirem a ética, como é o caso da extirpação do clitóris em certas tribos africanas, a lapidação de adúlteras em uns países muçulmanos, a morte de bebês femininos em algumas zonas da China, a queima de bruxas e hereges em nações cristãs, tempos atrás, a segregação racial, de gênero, orientação sexual ou outras que existem por aí. São morais onde este é o costume, mas são antiéticas. O ateísmo, absolutamente não é antiético. A ação de ser ateu não diminui a felicidade de ninguém, pode ser adotada por qualquer um sem prejuízo e pode ser erigida como norma universal sem problema. Pelo contrário, o ateu, não relegando a um juiz do outro mundo a punição e o prêmio pela prática do mal ou do bem, investe-se da responsabilidade de promover, aqui mesmo, pela sociedade, esta tarefa, sendo assim muito mais ético. O que falar do católico que peca à vontade pensando que, ao se arrepender, vai ser perdoado e vai para o céu? E que valor tem a prática da virtude condicionada ao prêmio da salvação? Ser ateu pode ser imoral, mas é muito mais ético, principalmente porque é o suprassumo da honestidade para com a verdadeira realidade do Universo.
Ateísmo e Agnosticismo
Não me consta que exista na Física Quântica, como proclamam certos pseudo-cientistas esotéricos, algo que indique no sentido da existência de algum deus. Se houver, gostaria de saber, pois sou professor de Física Quântica e isto não me pode passar desconhecido. De fato não há comprovação cabal de que não exista nenhuma espécie de deus, como não há de que exista. No entanto, para tudo que não seja evidente ou comprovadamente existente, a opção que se toma é que não exista. Não é preciso provar que não existe algo que não se tem evidências de que exista e sim provar que exista. Por isto é que, considerar a inexistência de qualquer deus é a posição mais lógica, racional, coerente e honesta. Não se trata de “crer” que não existe deus algum (ou crer na inexistência de deus), mas em “saber” que não existe evidência e nem prova de que existe algum deus. O ateísmo não é uma crença, não é um palpite, não é uma opinião e nem uma certeza. É uma consideração, uma suposição, uma hipótese. Não garantida, mas muito bem alicerçada. Esta é a modalidade de ateísmo que abraço, isto é, o ateísmo cético, por alguns denominado “fraco”. Há uma modalidade de ateísmo, denominada “forte” que considera que seja certo que não existe nenhum deus. Isto é uma crença, uma consideração dogmática, do mesmo tipo que a fé religiosa. Este ateu é um crente que tem a certeza de que deus não existe. Mas isto não é comprovado. Quanto ao agnosticismo, trata-se de uma posição que, considerando que não se pode provar nem que deus exista nem que não exista, deixa de considerar a questão, omitindo-se sobre ela e levando a vida como se o tema fosse inteiramente irrelevante. Não é! Por causa da crença em deus nações foram destruídas e milhões de pessoas foram mortas. Não se pode ficar omisso quanto a isto. É preciso se posicionar. Eu me posiciono pela inexistência de deus e proclamo tal fato com todos os argumentos de que disponho. Já me considerei agnóstico, mas, revendo minha posição, vi que é uma posição muito incoerente e me decidi pelo ateísmo cético, no espectro de possíveis crenças em deus.
Niilismo, ateísmo e mau-caratismo
Desde que o personagem Ivan Karamazov, de Dostoievsky disse que: “Se não há deus, tudo é permitido”, que o ateísmo é confundido com o niilismo. O niilismo considera que não há significado algum para a vida e, portanto, que a moral e a ética são inteiramente sem cabimento. A pessoa pode fazer tudo aquilo que quiser, sem constrangimento. O niilista certamente é ateu, mas o ateu não necessariamente é niilista. O ateísmo admite a consideração de um padrão humanista e ético de comportamento. Muitos ateus que conheço são, até, mais virtuosos que a média dos crentes. Outra situação é a da pessoa que não possui, na prática, nenhuma escala de valores éticos e, mesmo não sendo ateu, age à revelia das concepções religiosas que, muitas vezes, diz professar, pautando suas ações inteiramente pela vantagem que leva, de forma completamente egoísta. Essa pessoa, na prática, ou não acredita em vida eterna, ou não acredita em castigo na vida eterna, ou confia em se arrepender antes da morte. É o mau-caráter. Trata-se de alguém inteiramente abjeto, egoísta e mesquinho, não merecedor do mínimo respeito e consideração. Muitas pessoas são assim e se dizem religiosas, o que não são. Mas podem crer em algum deus e algumas crêem em satanás ou outra modalidade de espíritos que lhes propiciariam vantagens em vida em troca de sua danação eterna. Tudo isto, certamente, não existe. Mas o mal existe. A disposição de provocar sofrimento, prejuízo, ou qualquer tipo de dano em outros seres para benefício próprio ou, simplesmente, por um prazer sádico. Isto, inclusive, é tema de estudos neuropsicológicos. Por isto é que digo que a responsabilidade do ateu em fazer prevalecer o bem e em evitar a ação dos mau-caratistas é muito maior, pois não existe deus algum para auxiliar ou para castigar o mal na outra vida.
Religião e Moral
Há certa razão quando se diz que o temor de deus (isto é, o medo de inferno) é um fator importante na determinação de uma conduta em observância aos preceitos morais. Ainda mais que, de um modo geral, a maioria dos preceitos morais de fundamentação religiosa são éticos. Assim, o ideal de santidade, que é preceituado não só pelo cristianismo, mas pelo islamismo, o hinduísmo, o budismo e o judaísmo (só para citar as mais importantes) se, de fato, fosse seguido por todos os fiéis, levaria certamente a um mundo mais fraterno, tolerante, solidário e compassivo. Parte da escalada de criminalidade hoje observada no Brasil e no mundo deve-se à perda desse temor do inferno (em outras palavras a um ateísmo na prática). No entanto duas questões emergem:
As lideranças políticas e econômicas sempre cooptaram os líderes religiosos a incutirem nos fiéis que a consecução de seus desígnios ambiciosos de poder e riqueza deveria ser tomada como missão a ser cumprida pelos fiéis em atendimento à vontade do deus do local e do momento (cruzadas, inquisição, jihad, indulgências etc.). Poucos se insurgiram contra tais práticas (tipo um São Francisco de Assis ou Martinho Lutero), mas a insurgência foi momentânea. Depois, seus próprios seguidores acabaram vassalos da plutotiranocracia. A hierarquia eclesiástica católica sempre explorou os fiéis para o enriquecimento e poder pessoal. Padres como João Maria Vianey, o “Cura d’Ars” são a exceção. E mesmo Lutero, sei lá…
A outra questão é simples: Será ético impingir uma conduta moral com base em uma mentira? (o castigo do inferno). Será que não é possível uma educação ateísta ética? Uma educação em que a virtude e o bem sejam erigidos como valores desejáveis por si mesmos e não por vantagem nenhuma a ser fruída ou por castigo nenhum a ser evitado? Será que a sociedade não pode, ela mesma, concluir que a honestidade e a solidariedade são mais valiosas do que o crime e o egoísmo? Não porque seja mais vantajoso, mas porque não é possível erigir a prática do mal como norma?
Não importa se a pessoa considere que a existência de deus seja uma verdade ou uma mentira, a ética se aplica da mesma forma. O que afirmo é que as noções de bem e de mal, de certo e de errado, de justo e de injusto, de verdadeiro ou falso, de honesto ou desonesto, enfim desse tipo de dicotomia que é característico da ética, não são noções religiosas. Elas existem quer se considere que deus exista ou não. E a ética deve nortear a moral a prescrever os comportamentos adequados de modo inteiramente dissociado de qualquer prêmio ou castigo na vida eterna. Isso é que eu considero importante. Para mim não há virtude em se fazer o bem para se ganhar o céu ou não precisar se reencarnar mais e nem deixar de fazer o mal para não ir para o inferno ou para não se reencarnar outra vez. O bem vale por si mesmo. A recompensa da virtude é a paz da consciência. Esses valores são impregnados na mente, quem sabe, por algum gene, mas a razão é capaz de mostrar que se o mal fosse erigido como norma de conduta a ser recomendada e praticada generalizadamente, não haveria condições para nenhuma pessoa alcançar paz e felicidade. A sensibilidade também repudia toda crueldade e todo mal e infelicidade que se possa causar. E a felicidade é o bem que não é condição para obtenção de nenhum outro acima dele. Dinheiro, saúde, paz, educação e outros que tais se desejam para poder ser feliz. Mas se se é feliz sem dinheiro, para que serve ele? Qualquer um que paute sua vida pelo bem estará tranqüilo e nada temerá, nem mesmo a existência de deus. Uma conduta hedonista pode e deve ser perseguida, desde que de modo não egoísta. Eu diria que a virtude está na síntese dialética do epicurismo com o estoicismo. Creia-se ou não em deus.
FONTE: http://www.ruckert.pro.br/blog/?page_id=1890 

ETERNIDADE


Eternidade é uma situação em que o tempo continua sempre a passar, sem cessar. Tal situação só tem sentido, se ocorrer, para o Universo como um todo. Qualquer subsistema do Universo certamente não permanecerá indefinidamente caracterizado como tal e, fatalmente, em algum momento, deixará de ter as características que lhe garantem a essência de ser o que é. Assim a única coisa que poderia ser eterna é apenas o próprio Universo, como o sistema de tudo o que existe. Mesmo assim não é garantido que o tempo não atinja um limite e cesse de passar. O conceito de eternidade também pode ser extendido para o passado, mas tudo indica que, de fato, o tempo não se extende indefinidamente para o passado, tendo havido um começo.

A única coisa que poderia não ter começo e nem fim é o próprio Universo. Qualquer de seus subconjuntos sempre tem um momento de formação e de desintegração. O fato de poder ser eterno tanto para o passado quanto para o futuro, não faz do Universo nada que não seja natural. Sobrenatural é algo que não existe. Existem coisas que não são naturais, mas são produtos de seres naturais, feito o homem, como os artefatos, as idéias, os conceitos, as normas, os valores etc. Nada disso é eterno, pois as abstrações só existem se houver mentes para concebê-las e as mentes estão em corpos que, todos eles, se desintegrarão um dia, antes mesmo do fim do Universo, juntamente com seus artefatos.

Por termos percepção e razão podemos fazer inferências a partir da observação do mundo. E elas conduzem à conclusão da extrema implausibilidade da existência de algum ser com as características que são consideradas essenciais para que seja denominado Deus. Não estou dizendo que seja justo e bom, apenas que tenha inteligência, vontade e poder para agir à revelia das leis da natureza, ou mesmo de estabelecê-las a seu bel prazer. Tal entidade não é absolutamente necessária para a explicação de coisa alguma e, se existir, não se manifesta à observação e nem é capaz de ser inferida por raciocínio nenhum, com base no conteúdo e nas ocorrências do Universo.

Assim não há justificativa para supor a eternidade de um ser extrínseco ao Universo que o tenha criado e a ele sobreviveria. Do mesmo modo, a existência indefinida da consciência, cessada a vida do corpo que a suporta, não tem base nenhuma, pois consciência, como função da mente, é uma ocorrência advinda do funcionamento do sistema nervoso, que deixa de existir com a fim do organismo de que faz parte.

FONTE:http://www.ruckert.pro.br/blog/?p=3752

1 de dez. de 2011

MUDAR DE IDÉIA



MUDAR DE IDÉIA É FALTA DE OPINIÃO?
Manoel Afonso – em 30/11/11


Olhando no retrovisor é fácil constatar que nossos antepassados dificilmente reviam sua postura e conceitos sobre certos temas ou problemas. Era resultado de fatores diversos, que iam da religiosidade, conveniência política, comodismo pessoal - e é claro - também da falta de cultura. Eram outros tempos, da baixa de competitividade e de uma visão limitada do mundo.
Ainda hoje encontramos muitos resistentes, radicais, daqueles que não dão o braço a torcer, alegando motivos estapafúrdios, incompatíveis com as necessidades deste mundo globalizado, cada vez mais ágil e exigente.  Imagine por exemplo os médicos não aderindo aos novos conceitos sobre o tratamento e medicação de determinada doença! Imagine também o advogado avesso ao uso do computador como ferramenta de trabalho! É o mesmo caso do agricultor que não aderiu às novas técnicas de cultivo, do sedentário com ojeriza aos exercícios físicos ou do pai centralizador, provedor apenas, sem diálogo com os filhos.  
A mudança no pensar gera uma gama de benefícios pessoais, quebrando paradigmas e agregando novos valores. Viver sem abrir a guarda e a visão, é  negar a si próprio oportunidades fantásticas de evoluir, de partilhar novos conhecimentos e preservando sua autonomia inclusive.  O caminhar do homem em nossos dias exige novas atitudes, sem que isso implique em perdas de valores pessoais como moral, honestidade e família.
O que se fala aqui é do propósito de renovação de idéias, buscas profissionais e de ações que resultem no engrandecimento pessoal.  Isso exige força de vontade, humildade e sabedoria.  Ao contrário do que se possa pensar, mudar não significa negar opiniões de ontem, cultivadas no contexto de uma série de fatores.   É apenas a reciclagem, o sábio repensar.
Grandes personagens da atualidade, vistos como excelências pela opinião pública, têm surpreendido com seguidas manifestações de mudanças em suas opiniões e nem por isso perderam a credibilidade. Isso acaba  quebrando tabus e incentiva a nossa auto-avaliação.
 Mas pior mesmo, é  não ter idéia para mudar!

Fonte: Solicitação de publicação via JOTFORM (http://www.jotform.com/form/3342932291).
Manoel Afonso é formado em Direito e atualmente atua como jornalista escrevendo diariamente uma coluna no diariodigital.com.br e no campograndenews em Campo Grande, MS. – contato:mcritica@terra.com.br

A CULPA É DO DIABO




AS IGREJAS PROSPERAM.  A CULPA É DO DIABO!

Manoel Afonso – em 30/11/11


“A FÉ REMOVE MONTANHAS...
  INCLUSIVE DE DINHEIRO”!

Mesmo com o diabo sendo o culpado, quem acaba “pagando o pato” é você. Cuidado com seu bolso! Dependendo da Igreja é melhor nem levar carteira ou talão de cheques.   
 Se o problema era falta de igrejas, agora está resolvido. Em cada quarteirão, principalmente da periferia, tem uma. Cada qual com seu marketing! O único problema é o dízimo, cada vez mais exigido. Diz um amigo, “desse jeito o pobre será excluído do paraíso”. O velho papo de que “...é um sofredor, vítima de privações...” já era; não é mais aceito pela “nova ordem religiosa”. Sem pagar esse pedágio não ganha o céu, e ponto final. É como na portaria de cinema: não pagou, fica de fora.  Não adianta chorar!
Mas uma característica é comum à maioria dessas igrejas: demonstram  estar profundamente empenhadas em combater o velho inimigo da humanidade,  o diabo – que apesar de ridicularizado nas piadas do dia a dia, nas revistas de humor e nas fantasias de carnaval, parece estar em alta. E o “cara”, voltou a todo vapor.  Até o presidente Hugo Chavez, ao discursar no plenário da ONU, cismou que ainda sentia o cheiro de enxofre deixado pelo “diabo Bush”. Como se vê, o diabo mete o chifre até nas relações internacionais.
Quanto mais falam dele, mais ele aparece!  Agora o capeta está moderninho; tirou os chifrinhos, as costeletas e cavanhaque. Como no filme “O Advogado do Diabo”, aderiu a globalização, usa gel, ternos bem cortados, notebook e celular. Tudo para seduzir os homens...e mulheres também.   Não tem mais aquela imagem da época do nosso catecismo que relatava  a tentativa dele em aplicar o “golpe da sedução” em cima de Jesus.
No fundo, no fundo, é nossa a culpa pelo alto Ibope dele. É só algo dar errado e soltamos a frase: “mas será o diabo”?  É assim por exemplo, quando não achamos as chaves do carro, os documentos pessoais, no pênalti perdido, na bronca do patrão ou no prato predileto do forno que passou do ponto.
Mas como o diabo anda passando dos limites, botando o dedo em tudo, desde a cotação das Bolsas, variação cambial, sorte nas loterias, auto estima pessoal, decisões judiciais, avanço da medicina e indústria farmacêutica, generosidade do decote do vestido e até no comprimento da saia, nada melhor do que contar com esse formidável exercito de “salvadores da pátria”  bradando palavras de ordem nos púlpitos religiosos. 
E nesta guerra do bem contra o mal, vale literalmente tudo para sair da zona cinzenta das “diabices”.  Os milagreiros de plantão nestas igrejas curam de unha encravada a câncer. Até mesmo para quem o Viagra não faz mais efeito. Afinal, é preciso vencer o  diabo, o causador destas mazelas, que  aporrinha tanta gente que não consegue dar certo na vida, nem mesmo após deitar no divã de psicanalista ou com ele próprio.
 Se na Idade Média a Igreja Católica vendia indulgências (lugar no céu) e promovia a Inquisição, o que ocorre aqui é a versão tupiniquim da Teologia da Prosperidade, muito presente nos Estados Unidos. Lá, o pessoal pega pesado, com a mídia sendo aliada importante para arrebanhar multidões. E os aprendizes brasileiros têm se mostrado competentes nesta atividade florescente: aproveitam da isenção de impostos, da generosidade do povo,  e constroem verdadeiros impérios.
 Mas e os escândalos? Irrelevantes. Afinal, o brasileiro não tem memória. Azar do diabo  - sorte de seus “abnegados combatentes”.  Aleluia! Aleluia!

                                              

Fonte: Solicitação de publicação via JOTFORM (http://www.jotform.com/form/3342932291).
Manoel Afonso é formado em Direito e atualmente atua como jornalista escrevendo diariamente uma coluna no diariodigital.com.br e no campograndenews em Campo Grande, MS. – contato: mcritica@terra.com.br

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