26 de mar. de 2012
23 de mar. de 2012
20 de mar. de 2012
Realidade aumentada
Há muito tempo que se fala de realidade aumentada, que nada mais é que acrescentar camadas de informação extraídas da internet à realidade com a qual nos deparamos.
Segundo os especialistas, esta tecnologia pode ter no futuro uma infinidade de utilidades - desde nos ensinar a consertar o motor de um avião a ver legendas em tempo real se alguém fala conosco em chinês, por exemplo.
Mas ainda que a proliferação dos smartphones nos últimos anos tenha nos permitido vislumbrar do que se trata a realidade aumentada, ainda não apareceu uma tecnologia que a faça deixar de ser uma simples curiosidade para entretenimento e que não nos obrigue a tirar o aparelho do bolso a todo momento.
Talvez por isso que a Google está movendo grande parte de seu músculo criativo para o desenvolvimento de óculos de realidade aumentada. O produto final ainda é um mistério, mas já vem gerando uma onda de rumores no mundo tecnológico.
Fonte : BBC - Brasil
Com 20 anos fala 11 idiomas
O britânico Alex Rawlings, de 20 anos de idade, fala 11 línguas e pretende aprender outros idiomas.
Fonte: BBC-Brasil
"Quanto mais se aprende, mais fácil fica", diz ele, que passa atualmente uma temporada de oito meses na cidade russa de Yaroslva para se aperfeiçoar no idioma russo, que estuda como parte de seu curso na Universidade de Oxford, onde também estuda o alemão.
Fonte: BBC-Brasil
Caixões excêntricos
Empresa britânica fabrica caixões em formatos excêntricos
Caixões em formatos diferentes e excêntricos, fabricados na Inglaterra e em Gana por uma empresa britânica, são o tema de uma exposição em Londres.
Entre as obras mais curiosas, estão caixões no formato de uma caçamba, de um vagão de trem e até de uma guitarra.
Um dos caixões, por exemplo, representa uma rolha com um saca-rolhas em cima, que pode ser retirado. A obra foi encomendada por um apreciador de vinhos.
casa noturna chamada Facebook
Muitas pessoas não acreditam que o Acre exista, mas isso é normal, pois não existe nenhuma prova de sua real existência nesse mundo… Brincadeira!
Claro que o estado existe, afinal se ele não fosse real como a boate mais descolada o Brasil poderia abrir lá? Isso mesmo, o Acre está recebendo, na cidade de Epitaciolândia (que nomezinho hein?), uma casa noturna chamada Facebook!
Certamente muitas mulheres serão cutucadas por lá e você ainda vai poder sair escondido e dizer no outro dia para seus pais: “Capaz, eu não sai, passei a noite no Facebook.” E isso não deixará de ser verdade…
Quem animar ir até a Epitaciolândia (tinha que repetir esse nome épico) e conhecer o Facebook pessoalmente está aí sua chance. Sorte que não é uma boate chamada RedTube, se não…
Fofocas
FOFOCAS: PENAS QUE VOAM....
Manoel Afonso – em 30/11/11
“Agora eu quero que volte para casa, suba no telhado com um travesseiro, corte-o com a faca e volte a falar comigo”. Diz o padre à mulher que pedira absolvição por ter levantado falso testemunho contra seu vizinho.
Ao retornar, ela relata o resultado: “Penas por toda parte”. E o padre determina: “Agora eu quero que volte lá e recolha cada pena que saiu voando com o vento”. Desesperada ela confessa: “Impossível. Não sei pra onde elas foram. O vento espalhou as penas pela cidade”.
Esse relato contido num filme do Youtube, mostra bem os estragos devastadores e irrecuperáveis que a fofoca pode provocar na vida de uma pessoa. A fantástica cena das penas voando sobre os telhados da cidade é emblemática! No caso, a mulher não avaliou a gravidade de sua atitude de maledicência contra alguém que ela convivia na comunidade. Se não podia recolher as penas, não poderia reverter os prejuízos de toda ordem que provocara com sua fofoca.
Convenhamos: quando se atribui falsamente à alguém algum fato não verdadeiro, acaba-se atingindo sua honra, com resultados imprevisíveis e irreversíveis até. Insisto: o que para aquela mulher poderia ser uma “mera fofoca de bairro – uma mentirinha leve, sem importância aparente”, sem maiores conseqüências, para a pessoa atingida (vítima) poderia ser um golpe fatal, levando-a à ruína moral, depressão e ao suicídio inclusive.
Fofocar é um ato inconsciente maligno, vício da humanidade desde os tempos bíblicos. Aliás, admite-se que Maria, mãe de Jesus, foi alvo de fofocas na gravidez. Nem Jesus escapou das “línguas afiadas” devido suas relações com Madalena. E grandes nomes da historia mundial também foram atingidos.
Mas a fofoca está revigorada em nossos dias: gera emprego e renda. Profissionais da mídia vivem dela em nome da audiência e do lucro. O advento da internet deixou todos nós vulneráveis. Poucas são as vítimas que buscam reparações e conseguem. A própria lentidão do Judiciário favorece essa postura apática das vítimas. Daí, acabamos habituados a sua convivência em nosso cotidiano.
E qual a saída? Repensar as opiniões, reavaliar tudo que ouvimos e o que captamos na mídia. Se estamos expostos a “radiação da fofoca”, o ideal é adotarmos a ética e a prudência em nossas relações. A comparação dos efeitos da fofoca as penas do travesseiro é genial, não pode e não deve ser esquecida por todos nós. Pense nisso! De leve...
Fonte: Solicitação de publicação via JOTFORM (http://www.jotform.com/form/3342932291).
Manoel Afonso é formado em Direito e atualmente atua como jornalista escrevendo diariamente uma coluna no diariodigital.com.br e no campograndenews em Campo Grande, MS. – contato:mcritica@terra.com.br
A Fonte de Dubai
CERIMÔNIA DE ABERTURA DA FONTE DE DUBAI.
FOI APELIDADA COMO O SHOW MAIS AVANÇADO TECNOLOGICAMENTE.
CUSTOU $ 218 Milhões. JATOS DE ÁGUA PODEM ATINGIR ATÉ 50 ANDARES DE ALTURA. .
ALÉM DISSO, A FONTE TEM MEDIDAS DE MAIS DE DOIS CAMPOS DE FUTEBOL (MAIS DE 275 METROS DE COMPRIMENTO).
É TÃO IMPRESSIONANTE QUANDO ESTÁ EM PLENA EXIBIÇÃO, QUE PODE SER VISTA ATÉ 200 MILHAS EM UM DIA CLARO.
ALÉM DISSO, A FONTE TEM MEDIDAS DE MAIS DE DOIS CAMPOS DE FUTEBOL (MAIS DE 275 METROS DE COMPRIMENTO).
É TÃO IMPRESSIONANTE QUANDO ESTÁ EM PLENA EXIBIÇÃO, QUE PODE SER VISTA ATÉ 200 MILHAS EM UM DIA CLARO.
Psicologia Positiva
Psicologia Positiva defende o desenvolvimento das virtudes para promover a saúde e bem-estar de indivíduos e corporações
Por Daniela Levy
Agrupadas em seis virtudes, características como responsabilidade social, altruísmo, civilidade, tolerância e trabalho com ética, postas em prática, promovem uma vida mais produtiva, equilibrada e feliz.
Psicologia Positiva – como o próprio nome diz – é a ciência que estuda o peso dos aspectos positivos da vida humana – como alegria, felicidade, bem-estar e as atitudes de “desabrochar” e “florescer” – no equilíbrio físico e mental. Seu criador, o psicólogo americano Martin Seligman, a define como “o estudo científico do funcionamento humano ideal que visa descobrir e promover os fatores que permitem que indivíduos e comunidades prosperem”.
Cultivando as emoções positivas, acredita-se que as pessoas possam conquistar uma vida mais feliz em todos os aspectos. É simples: ao invés de se perguntar “o que está errado com essa pessoa?” ou “o que não funciona”, fazer as perguntas “o que funciona?” ou “o que está certo com essa pessoa?”.
A Psicologia Positiva atua em três diferentes níveis: subjetivo, individual e grupo. O nível subjetivo inclui emoções positivas, bem-estar, satisfação, felicidade e otimismo. Refere-se a sentir-se bem, em vez de fazer o bem ou ser uma pessoa boa.
O nível individual tem por objetivo identificar os constituintes para uma “vida boa” e as qualidades pessoais necessárias para ser uma “boa pessoa”. Estuda as forças e virtudes dos indivíduos, sua capacidade para amar e perdoar, coragem, perseverança, originalidade, sabedoria, sensatez e habilidades interpessoais. Já o nível grupo foca nas virtudes cívicas, responsabilidades sociais, altruísmo, civilidade, tolerância, trabalho com ética, instituições positivas e outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da cidadania e das comunidades.
Para aprimorar e manter saudáveis o relacionamento entre grupos – empresa, família, escola – trabalhar as virtudes cívicas é extremamente importante. A seguir mais detalhes sobre as virtudes:
1) Sabedoria e Conhecimento – São forças que envolvem a aquisição e utilização do conhecimento. Envolvem:
Criatividade (Originalidade) – Gostar de ser original e fazer invenções. Gostar de pensar em novas formas de conceituar as coisas.
Curiosidade - Ter interesse em novas experiências e descobertas. Ser um descobridor, estar sempre em busca do novo.
Ter a mente aberta – É ter uma visão imparcial e pensamento crítico a respeito das coisas. Para isto, é necessário examinar todos os ângulos e aceitar diferentes pontos de vista sobre os fatos analisados.
Amor pela aprendizagem – Característica de quem está sempre em busca de novas habilidades, conhecimentos e estudos, seja através do ensino formal ou de maneira pessoal.
Perspectiva e Sabedoria – Ser capaz de prover amplos conselhos e novas visões aos outros. Ter formas de ver o mundo que faça sentido para si e para os outros.
2) Coragem – Força emocional que permite atingir os objetivos em face a obstáculos e oposições internas e externas. Fazem parte desta virtude:
Bravura – Não temer desafios, ameaças, dificuldades ou dor. Agir com convicção mesmo que tenha de tomar uma atitude incomum ou impopular.
Persistência ou Perseverança – Persistir no curso de uma ação ou propósito independente dos obstáculos.
Integridade (Autenticidade, Honestidade) – Mostrar-se de forma genuína, assumindo a responsabilidade pelos próprios atos e sentimentos.
Vitalidade (Entusiasmo) – Viver com entusiasmo e alegria, sentindo-se vivo e ativo.
3) Humanidade – Engloba forças pessoais relativas aos relacionamentos humanos.
Amor - Valorização de relacionamentos próximos, especialmente os que envolvem o cuidar e o afeto recíproco.
Bondade (Generosidade) – Realizar favores e boas ações para as outras pessoas.
Inteligência social (Empatia) – Estar consciente dos motivos e sentimentos de outras pessoas e também aos próprios.
4) Justiça – São as forças e virtudes cívicas que garantem uma vida saudável em comunidade.
Cidadania (Responsabilidade Social / Lealdade / Trabalho em Equipe) – Trabalhar como membro de um grupo ou equipe, sendo fiel a ele.
Equidade (Igualdade) – Tratar todas as pessoas com igualdade e justiça, não deixando sentimentos pessoais influenciarem em suas decisões sobre os outros.
Liderança – Encorajar um grupo do qual se é membro a fazer coisas necessárias, ao mesmo tempo em que mantém boas relações com todos.
5) Temperança – Forças que nos protegem contra o excesso.
Perdão (Misericórdia)– Não carregar mágoas do que os outros nos fizeram, aceitando as limitações dos outros e as próprias. Dar uma segunda chance às pessoas. Não ser vingativo.
Humildade (Modéstia) – Deixar que nossas ações falem por nós mesmos, não acreditando e nem agindo como se fossemos melhor do que os outros.
Prudência – Ser cuidadoso com as escolhas que faz, não assumido riscos desnecessários e nem fazendo coisas das quais possa se arrepender.
Auto-controle (Auto-regulação) – Ser disciplinado, ter o controle sobre o que sente e faz, sobre seus apetites e emoções.
6) Transcendence (strengths that forge connections to the larger universe and provide meTranscendência – São as virtudes pessoais que nos conectam com a amplitude do universo, nos provêm de sentido na vida.
Apreciação da beleza e valorização da excelência gratitude (personified for example by GK Chesterton ) – Apreciar as belezas da vida, assim como os talentos nos seus vários domínios.
Gratidão – Estar ciente das boas coisas que acontecem na vida. Ter o hábito de agradecer às pessoas e à própria vida.
Esperança (Otimismo) – Esperar o melhor, ter expectativas positivas do futuro e agir neste sentido. Acreditar que você influir no que está por vir e que só depende de você.
Humor e diversão – Gostar de fazer brincadeiras, de rir e se divertir. Fazer as pessoas rirem, perceber o lado engraçado das coisas.
Espiritualidade (Religiosidade, Fé, Propósito na Vida) – Ter pensamentos e crenças coerentes com um propósito de vida. Encontrar um sentido na vida e no universo.
Tendo claros os valores acima citados, é possível trabalhá-los tanto a nível pessoal como dentro das organizações. À medida que as técnicas da Psicologia Positiva são postas em prática, espera-se que a pessoa modifique alguns pensamentos, atitudes, hábitos e, com isso, seja mais produtiva, equilibrada e feliz.
BIBLIOGRAFIA
Sharp, T. (Guest Author) The Top Five Factors for Happiness at Work. Positive Psychology News on March 13, 2009.
Peterson,C and Seligman.M,Character Strengths and Virtues, New York: Oxford University Press, 2004.
FONTE: http://www.appal-online.org/artigos/psicologia-positiva-defende-o-desenvolvimento-das-virtudes-para-promover-a-saude-e-bem-estar-de-individuos-e-corporacoes-por-daniela-levy/
FONTE: http://www.appal-online.org/artigos/psicologia-positiva-defende-o-desenvolvimento-das-virtudes-para-promover-a-saude-e-bem-estar-de-individuos-e-corporacoes-por-daniela-levy/
FOTO KIRLIAN
KIRLINGRAFIA - FOTO KIRLIAN |
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16 de mar. de 2012
Os próximos 100 anos
“Os próximos 100 anos”, de George Friedman”
por Francisco Cesar Pinheiro Rodrigues
Depois de, digamos, “certa idade” passei a ver o mundo de uma forma bem diferente. Diria “exageradamente redutora”. Mesmo gozando de boa saúde, pelo menos nos encanamentos arteriais, penso que a proximidade do fim — “vira essa boca prá lá!” — desperta uma automática e involuntária tendência de ver as coisas de forma mais sintética e impaciente. Queremos conhecer — logo! — não só a conclusão mas também o que, verdadeiramente, está por detrás e em torno dela. Em tudo: conversas, relações sentimentais, comerciais, exposições teóricas, vendo um filme, lendo um livro, etc. Daí a impaciência dos velhos. O “idoso” — “eu não!” — sente que não mais tem o direito de perder tempo. O abismo não está longe e o espia com olhar condoído ou velhaco, esfregando as mãos. Como se a natureza, sabendo que o condenado não vai ficar muito tempo usando o oxigênio dos mais jovens, sentisse pena dele, acelerando a manipulação dos seus pensamentos. Preocupamo-nos muito mais com os filhos, netos e com aquelas pessoas de nosso relacionamento que nos parecem economicamente mais indefesas. De certa forma, considerando a origem biológica comum, monocelular, de todos os seres vivos, tais pessoas , e até os animais, são também nossos “parentes distantes”. “O que acontecerá com eles, depois que eu me for?”
Essa preocupação também se estende aos rumos da humanidade, ao que nos reserva um futuro não excessivamente distante. “Os próximos 100 anos” é um prazo interessante. Dá para tolerar. Já “milênios” é algo distante demais, sendo o impensável o mais provável. Daí a motivação para adquirir o livro de George Friedman, que acabei comprando em inglês porque não sabia que já havia tradução para o português. Mas acabei comprando, dias depois, a tradução porque, tendo prometido ao dinâmico site de relações internacionais — www.mundoRI.com — que faria uma avaliação da obra, pensei que lendo a tradução minha tarefa seria mais rápida e prazerosa. Engano, não foi; e não por motivo de língua. A substância do livro é que é de difícil digestão, embora se trate de um prato bem colorido, com intenções intelectualmente requintadas.
O conteúdo me provocou dor de cabeça, achaque que provavelmente acometerá todo leitor mais crítico, que não “engole” facilmente as coisas, mesmo revestidas de autoridade, como é o caso do autor, altamente conceituado nos EUA como conhecedor do futuro próximo. Cem anos, porém, foi um tiro superior ao alcance seu canhão mental, por mais bem informado que seja o autor, como de fato é. A credibilidade das suas profecias é praticamente nenhuma.
Livros proféticos nunca me provocaram respeito. Nostradamos sempre me pareceu um esperto aproveitador da credulidade humana. Não há dúvida de que era inteligente e culto. Tinha o coração fraco e precisava cuidar da família. Daí a necessidade de uma fonte de renda: suas abundantes profecias. Todo ano — à maneira do cantor Roberto Carlos, com seu álbum de canções —, ele lançava um almanaque vazado em linguajar algo hermético, possibilitando interpretações ao gosto do freguês. Sempre dá para “encaixar” qualquer desgraça do momento, ou do passado, em uma das inúmeras “Profecia de Nostradamus”. Quem aprecia horóscopos, astrologia, pedra filosofal, alquimia, data do fim do mundo, desdobramento, levitação e coisas do genro só pode prestigiar o mais famoso profeta, que tinha, porém, algumas qualidades. Por exemplo, empenhou-se, diversas vezes, com risco pessoal, nas lutas contra a Peste Negra, que ceifava vidas aos milhares, incluindo sua primeira mulher e dois filhos. Ele também se opunha firmemente ao uso se sangrias (isso por volta de meados do Século XVI). Os médicos da época eram apenas ligeiramente menos ignorantes que a grande massa de analfabetos. Sabiam Latim. Como nada conheciam de Medicina, verdadeiramente — não por culpa deles —, mas precisavam “mostrar serviço”, sangravam o paciente, enfraquecendo-o ainda mais. A chance de sobreviver era maior quando o paciente fugia dos médicos.
As profecias de George Friedman, no livro em referência, não padecem das obscuridades de seu famoso maior predecessor. Pelo contrário, até exageram nos detalhes. Por exemplo, leiam este tópico, entre dezenas que sublinhei: “O que procurei mostrar nos capítulos anteriores é como os Estados Unidos, a Polônia, a Turquia e o Japão se engalfinharão no próximo século” (quis dizer cem anos), “e por que turcos e japoneses se sentirão ameaçados a ponto de não terem outra escolha a não ser travar uma guerra preventiva” (pág. 234) — contra os EUA, esclareça-se. E no parágrafo seguinte ele, após pedir licença ao leitor pelo exercício imaginativo, passa a usar seus talentos de romancista: “A destruição das três Battle Stars” (estações espaciais com finalidade estratégica) “será planejada para o dia 24 de novembro, às 17 horas. A essa hora do Dia de Ação de Graças, a maioria das pessoas nos Estados Unidos estará vendo futebol ou descansando depois de uma lauta refeição. Alguns estarão voltando de carro para casa. Ninguém em Washington antecipará um problema. É nesse momento que o Japão vai querer atacar”. E assim por diante. Finalmente, “Às 19 h, a força espacial e hipersônica dos Estados Unidos será devastadora. Os Estados Unidos perderão o comando do espaço e só dispõem de umas poucas centenas de aviões. Seus aliados na Europa tiveram suas forças aniquiladas. Navios de guerra norte-americanos ao redor do mundo terão sido atacados e afundados. A Índia terá perdido seus ativos também. A coalizão americana estará militarmente arrasada” (pág.238). Depois ele descreve o contra-ataque.
Qual a impressão disso tudo? Pura “viagem”, imaginação exacerbada..
Alguém poderá argumentar: “Prove que as profecias dele estão erradas!” Impossível, porque eu teria que usar a mesma técnica abusiva do “chute” que estou censurando. Crítica e contra-crítica assemelhar-se-iam a uma partida de futebol entre internos de manicômio, uma guerra de “chutes” em qualquer direção.
Seria preciso um livro inteiro, também de qualidade intelectualmente duvidosa, para sugerir a gratuidade das previsões do livro. Só mesmo sua leitura convencerá o leitor quanto ao grau de probabilidade de acerto das “profecias”.
O livro em exame não tem nenhuma qualidade? Não digo isso. É útil como manual simplificado de Geografia e História, particularmente das guerras e geopolítica. Contém elucidativos desenhos à guisa de mapas. O leitor médio fica finalmente sabendo, exatamente, onde fica “o tal” Bósforo, do qual eu tinha antes uma vaga idéia, sabendo que era ali por perto da Turquia.
Uma outra qualidade do livro é a de revelar os talentos de romancista do autor, um especialista de política internacional. Se lida, a obra, como um mero romance sobre o futuro, nada a opor ao trabalho, porque no reino da fantasia tudo é válido. E não se põe em dúvida seus conhecimentos de estratégia. O que assusta é a sua imensa audácia de prever coisas que tanto podem, quanto não podem, acontecer, embora recheando suas afirmações com informações destinadas a impressionar aqueles que pouco frequentam textos sobre política internacional.
Há também imensas omissões em sua obra. Ele parece ignorar que existe uma União Européia. Quando fala em futuras reações da Alemanha, Inglaterra, Turquia, Polônia, Rússia e demais integrantes da EU, não leva em conta que tais países já não decidem tudo sozinhas.
Outra imensa omissão está em imaginar que nos próximos 100 anos o planeta continuará do jeito que sempre foi mas já está, há décadas, deixando de ser: preocupado apenas com o próprio interesse, principalmente estratégico. Seu livro, o tempo todo, só tece considerações sobre nações mais fortes tentando dominar as mais fracas e estas tentado ficar mais fortes para dominar as demais. É uma cantilena só. Praticamente ignora a Corte Internacional de Justiça, o Tribunal Penal Internacional, e a própria Organização das Nações Unidas. Sobre o esforço das almas mais bem intencionadas — e são milhões — visando um mundo mais justo, nem uma palavra. A consciência universal pede menos guerras e pré-guerras. Como já disse Bertrand Russel, a guerra não determina quem está certo, apenas quem sobrou.
Se o mundo, nos próximos 100 anos, será como “prevê” o livro em exame — e aposto que ele está totalmente errado —, a humanidade terá dado a si mesma um incontestável atestado de estupidez. Agravada pelo fato inegável da proliferação nuclear. E essa proliferação o autor admite, acertadamente, que será inevitável. Haverá outros “Irãs”, e “Coréias do Norte”, digo eu, todos reivindicando o direito de se defender com as mesmas armas dos “maiorais” de hoje, que se outorgaram, mas só a eles, o direito de manter seus arsenais nucleares.
O autor parece presumir que nos próximos cem anos os países mais importantes serão conduzidos apenas por líderes de segunda ou terceira categoria, só pensando, e de modo estreito, no “interesse nacional”. Esquece que nem sempre os povos erram na escolha de seus líderes. Se o mundo do próximo século for conduzido por políticos tipo Dick Cheney, Donald Rumsfeld, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Benjamin Netanyahu, Joseph Stalin e assemelhados, ainda seria possível vislumbrar imutáveis dias negros no horizonte. Mas isso não é esperável. Barack Obama é um exemplo de que, mesmo países extremamente fortes dispõem de uma massa de eleitores suficientemente inteligentes, capazes de discernir o que é melhor para seu futuro, globalmente. E com a mundialização, o que melhora um país acaba melhorando os demais. Países “piorados”, “abagunçados”, produzem líderes ressentidos, belicosos, provocadores, “patrioteiros”.
O autor não se interessa muito pela questão palestina, esta chaga que, a meu ver, está na origem do ataque de 11 de setembro às Torres Gêmeas e ao Pentágo. Bin Laden é um fanático, envenenado de ódio contra o estilo de vida do Ocidente, mas na motivação para o referido ataque a situação lamentável dos palestinos teve especial relevância.
Por elementar e evidente necessidade de sobrevivência a humanidade terá que decidir entre continuar existindo pacificamente, obedecendo regras internacionais e internas cada vez mais impregnadas de moral, ou mergulhada continuamente em sobressaltos, guerras, ciumeiras de poder, abuso dos mais fracos e o restante do entulho moral que explica porque, ainda hoje, vemos crianças esquálidas procurando restos de comida nos “lixões” enquanto países gastam bilhões e trilhões de dólares em armamentos e despesas com deslocamento de tropas. Esse assunto parece não interessar muito ao autor.
Ele se desculpará da acusação dizendo que não lhe cabe “consertar” o mundo, mas prever o que ocorrerá. Só que prevê obviamente errado, presumindo que a humanidade não fará qualquer tentativa de reorganização no modo como a solucionará seus conflitos mais graves. Não se trata de imaginar que o mundo do futuro será “santinho”. Trata-se de pensar na própria sobrevivência da espécie humana. Mesmo os mais poderosos governantes têm filhos, netos ou até bisnetos.
Um outro ponto absurdo, nas conclusões do autor, é a sua constante preocupação com o declínio do crescimento populacional, quando sua reação deveria ser o contrário. O mundo já está super-povoado. E o desemprego cresce, em razão da informática, do maquinário e da robotização. Será uma bênção até mesmo um leve encolhimento da população mundial, porque à medida que cresce o desejo de conforto, em todos os países, maior a poluição ambiental, a escassez de água, etc. Se nos países europeus mais ricos as mulheres preferem ter apenas um ou dois filhos, isso mudará quando os respectivos governos as incentivarem a aumentar a “produção de bebês”. O futuro não é estático. Chega dia por dia. Não se pode presumir, como pretende o autor, que daqui a vinte anos as pessoas sintam e raciocinem como ontem ou hoje. O leitor, por experiência própria, sabe que mesmo na semana que vem talvez se comporte de maneira diferente, conforme o que suceda hoje ou amanhã. Essa variação, essa inevitável criatividade humana é algo que nos impede acreditar nas profecias do autor do livro, por demais “engessado” pelo que ele constatou no passado.
Tentei saber a idade exata do autor. Não consegui, mas pelas fotos dele percebe-se que está na faixa alta dos sessenta. Não estará entre os vivos no que se refere à maioria das suas previsões. Essa é uma vantagem para quem escreve profecias.
Estou, aqui, por acaso, recomendando ao leitor que o livro não seja comprado? Pelo contrário, para tranqüilizar minha consciência — em tese, vá lá, eu poderia estar errado — recomendo, que ele seja comprado e lido de cabo a rabo, resultado que acho que não acontecerá com a quase totalidade dos leitores. A dor de cabeça, tentando digerir previsões com todos os indícios de gratuidade, favorecerá os lucros dos fabricantes de remédios contra a hemicrania. Se, porém, como já disse, o livro for lido como um romance de ficção político-científica, sem o menor policiamento crítico, aí não digo nada, porque há gosto para tudo.
Fonte: Revista Jus Vigilantibus, Quinta-feira, 5 de novembro de 2009
A história da panela de pressão
A história da panela de pressão se inicia com o problema vivido pelos antigos alpinistas no alto das montanhas que escalavam, porque quando eles precisavam cozinhar alguma coisa para comer, geralmente não conseguiam.
A explicação para essa dificuldade é simples: ao nível do mar, a água entra em ebulição a 100° centígrados, mas em altitudes elevadas, onde a pressão atmosférica é menor, a temperatura máxima que ela atinge é bem inferior a isso, o que dificulta o cozimento de qualquer coisa. Daí a necessidade de que lá em cima seja conseguida temperatura bem mais alta para preparar as refeições que precisem ser cozinhadas, embora, por si só, tal providência não resolva totalmente a questão, uma vez que fatores como ventos e temperatura ambiente podem exigir a permanência de uma panela no fogo durante várias horas, o que complica a questão.
Diante desse problema, a solução imaginada foi igualar a pressão no interior da vasilha à verificada ao nível do mar, e quando a experiência nesse sentido deu o resultado desejado, a ação seguinte foi a de aumentar essa mesma pressão dentro do recipiente, porque assim seria possível cozinhar os alimentos em temperaturas menores e gastando menos tempo, além de torná-los mais saborosos e macios como acontece com as carnes duras.
Em outras palavras: quando o alimento é colocado com certa quantidade de água em uma panela hermeticamente fechada, mas provida de válvula de segurança, e esta é levada ao fogo, o vapor d’água produzido não pode se dispersar, o que aumenta a pressão no interior do recipiente, tornando-a maior que a pressão atmosférica. O aumento da pressão faz a água entrar em ebulição a uma temperatura acima de 100° centígrados, mas o vapor formado levanta o pino da válvula e uma parte dele sai da panela, estabilizando a pressão e a temperatura interna.
Esse princípio foi utilizado pelo físico francês Denis Papin (1647-1714), que em 1679 criou um aparelho “para amolecer ossos e cozinhar carne em pouco tempo”, segundo sua própria definição. Era o digestor, ou “marmita de Papin”, um recipiente de ferro fundido que podia ser fechado hermeticamente por uma tampa, provido de válvula de segurança para deixar escapar o vapor quando a pressão interna alcançasse determinada intensidade, e no interior do qual se tornava possível elevar a temperatura de ebulição da água aumentando a pressão sobre a superfície líquida. Nesse caso, o próprio vapor formado pela água aquecida aumentaria a pressão sobre o líquido, impedindo-o de ferver.
Até 1905 esse tipo de panela foi fabricado em ferro fundido. Nesse ano a Presto Company, dos Estados Unidos, produziu o primeiro modelo de alumínio, seguido logo depois pela panela de aço inoxidável. O físico Denis Papin, que antes de dedicar-se às Ciências Físicas exercera por algum tempo a medicina em Paris, passou seus últimos anos na Inglaterra, reduzido à miséria. Mas ele criou outros inventos importantes, como o primeiro barco a vapor, por exemplo, que é responsável por um registro muito curioso: os barqueiros do rio Fulda, na Alemanha, o destruíram em 1707, sob o pretexto de que se assim procediam era para defender a atividade que exerciam.
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