A noite que antecede o Ano Novo é chamada no Brasil de "Réveillon", palavra de origem francesa que deriva do verbo réveiller, que, assim como seu sinônimo éveiller, significa "despertar". Esse termo originalmente designava o jantar da noite de Natal; posteriormente, passou a referir-se à ceia da véspera do Ano Novo e, por fim, à própria virada do ano.
Réveiller e éveiller (assim como seus cognatos italianos risvegliare e svegliare) remontam ao latim vigilare, "estar atento, acordado, estar em vigília", derivado de vigil, "acorado, desperto". Como substantivo, vigil também significa "sentinela", aquele que fica acordado montando guarda.
O verbo vigilare deu em português o hereditário "velar" (e daí, por derivação e metonimia, o substantivo "vela"), o semiculto "vigiar" e o adjetivo/substantivo culto "vigilante" (do latim vigilans). Do latim também nos veio "vigília", estado de quem não dorme.
O curioso é que vigil é da mesma raiz do verbo vigere, "estar vivo, vigoroso" e do substantivo vigor, "vigor, robustez, saúde", que geraram em português "vigor", "vigorar", "vigência", etc.
Portanto, sob as palavras "vigor", "vigília" e "Réveillon" está o sentido geral de "vida, energia vital". Isso quer dizer que, embora o Réveillon seja, em princípio, a vigília que fazemos à espera de um novo ano, seu significado profundo está ancorado em nossos desejos, renovados a cada início de ano, de saúde, energia, vigor - numa palavra, de vida.
FONTE: LINGUA
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